19 de out. de 2009

IV: Recomeçando

Escrito por Fabricio Cantarella

Acho que nunca antes havia imaginado que alguém poderia ser tão divertido como Gabriele é.
A conversa, os sorrisos, o bom humor e vibe emanam dela com uma naturalidade suprema, fácil como respirar.

O cinema foi interessante, assistimos um filme qualquer de comédia que estava a passar, guerreamos com pipocas durante os trailers, tomamos infinidades de refrigerante e passamos uma boa parte do filme indo ao banheiro.
Andávamos como crianças, sorrindo, correndo, se cutucando, nos divertimos com naturalidade, com sinceridade. Jantamos juntos depois, dessa vez como adultos, em um belo restaurante italiano.
Levei-a embora após o jantar e em seguida voltei pra casa.

No dia seguinte, uma quinta-feira feroz, acordei com o telefone tocando.
Meu agente me cobrando as obras para a exposição em uma galeria, obras essas que estavam extremamente atrasadas.
- Merda! Pelos próximos dias terei de estar, infelizmente, off.
E estive, não sai de casa durante alguns dias, acordava e dormia junto das obras, mal comia, mas, em nenhum dos dias, deixei de pensar em Gabriele.
Ela não saia de minha mente, todas as peças que produzi, tinham um 'quê' dela, algo que me recordava o sorriso, os olhos, os movimentos.

Terminei tudo em tempo, duas semanas me foram necessárias.
O coquetel de abertura da exposição foi logo em seguida, e Gabriele foi comigo, fiz questão de convidá-la, precisava vê-la e, Deus, ela estava linda como nunca antes. O vestido preto de cetim, justo na medida certa, delineava suas curvas, o decote discretamente danado e as costas à mostra davam um ar maroto porém comportado e o comprimento, logo acima dos joelhos, completava aquele visual atraentemente deslumbrante e deslumbrantemente atraente. Os flashes faiscavam a pele clara e macia, o sorriso atraia olhares e eu me consumia em orgulho e desejo enquanto lutava com os repórteres e com os cumprimentos para poder ficar com Gabriele.

- Vamos embora?
- Sim, por favor, meus pés estão me matando .
- Aqui, ponha seu casaco, esta frio la fora.
- Obrigada.
- Te deixo na sua casa ou aceita uma taça de vinho na minha?
- Vinho, era tudo o que eu precisava uma hora dessas...

Mas ela precisava de mais, queria mais, e Deus, eu ansiava por mais.

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